Comentário - Fim da Linha

domingo, 29 de setembro de 2013

A notícia que chocou os jovens na manhã de hoje, sobre a morte do guitarrista Champignon, da banda Charlie Brown Jr. está longe de ser um fato isolado. Assim como seu companheiro de estrada, Chorão, o músico viu seu fim em uma madrugada de domingo triste em São Paulo.
        
Infelizmente é esse o retrato da nova juventude brasileira. Não têm porquê lutar; não tem por quem lutar. Cada vez mais imersos no mundo virtual, os jovens enfrentam uma realidade solitária. Em ambos os relatos sobre os dias que antecederam às mortes desses dois artistas, um ponto em comum: a solidão.

Estariam nossos jovens cansados da vida? Não; ou não exatamente. O que se pode ser nessa geração é a falta de perspectiva. O que se encontra, no rico e no pobre, é a falta de um outro alguém. O que leva um ser humano a dar fim à sua própria vida?

Talvez seja o fato de que não se sintam parte do mundo que vivem hoje. 

Talvez seja a maneira como nos fazemos perfeitos virtualmente, sendo tão errantes no mundo real. Talvez seja por termos tantos amigos 'online', mas nenhum verdadeiro quando estamos 'off''.

Talvez esses casos de grande repercussão sejam apenas grandes exemplos do que acontece todos os dias no mundo todo. Seja com uma overdose de droga, com um tiro na boca ou com um grito de socorro transformado em verso, nossa juventude está se matando. Nossas famílias estão se matando. Nossa vida está nos matando.

E é aí que pergunto, até quando vamos continuar morrendo? Até quando vamos precisar dizer adeus tão cedo? Até quando estar sozinho é realmente ser sozinho? Até quando?

Camila Cardoso

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