Infelizmente é esse o retrato da nova
juventude brasileira. Não têm porquê lutar; não tem por quem lutar. Cada vez
mais imersos no mundo virtual, os jovens enfrentam uma realidade solitária. Em
ambos os relatos sobre os dias que antecederam às mortes desses dois artistas,
um ponto em comum: a solidão.
Estariam nossos jovens cansados da vida?
Não; ou não exatamente. O que se pode ser nessa geração é a falta de
perspectiva. O que se encontra, no rico e no pobre, é a falta de um outro
alguém. O que leva um ser humano a dar fim à sua própria vida?
Talvez seja o fato de que não se sintam
parte do mundo que vivem hoje.
Talvez seja a maneira como nos fazemos perfeitos
virtualmente, sendo tão errantes no mundo real. Talvez seja por termos tantos
amigos 'online', mas nenhum verdadeiro quando estamos 'off''.
Talvez esses casos de grande repercussão
sejam apenas grandes exemplos do que acontece todos os dias no mundo todo. Seja
com uma overdose de droga, com um tiro na boca ou com um grito de socorro
transformado em verso, nossa juventude está se matando. Nossas famílias estão
se matando. Nossa vida está nos matando.
E é aí que pergunto, até quando vamos
continuar morrendo? Até quando vamos precisar dizer adeus tão cedo? Até quando
estar sozinho é realmente ser sozinho? Até quando?
Camila Cardoso
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